quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Lutador


A arte às vezes parece querer imitar a vida, ou muitas vezes, a própria vida imita a arte. Questão que é colocada em xeque em O Lutador, do diretor Darren Aronofsky (Réquiem para um sonho, Fonte da Vida).

Mickey Rourke parece resurgir de suas próprias cinzas para fazer um papel que talvez seja o papel de sua vida, onde encarna o lutador de luta livre Randy “The Ram” Robinson, o Carneiro. Mickey parece encontrar o papel que se encaixa com sua trajetória, desde os ringues, até a decadência, onde cai no ostracismo, assim como o personagem, famoso lutador de luta livre, que com a chegada da idade, passa a lutar para receber pequenos caches, mas que diante uma dessas lutas acaba sofrendo um infarte, e devido a isso se vê obrigado a parar de fazer aquilo que talvez seja a única coisa que saiba realmente fazer.

Em meio a todo o caos que se instala na vida do personagem, "The Ram" tem a amizade da stripper Cassidy (Marisa Tomei) que se mostra em forma e disposta a brigar por um oscar de melhor atriz coadjuvante. Sem fonte de renda e totalmente abandonado, o personagem se vê obrigado a arrumar um serviço, o qual passa por carregador de caixas, balconista de açougue. Entre os problemas enfrentados, Randy busca pela filha, a qual abandonou em seus tempos dourados. Em meio a toda essa trama, entra a questão que realmente, Rourke interpreta como se fosse sua vida. Tentando acertar na vida a todo custo, mas sempre falhando, Randy decide voltar a fazer aquilo que acredita e no lugar onde é considerado um verdadeiro campeão, ovacionado por toda uma geração.

O filme conta com uma direção excepcional de Darren, o que não poderia ser diferente, e atuações primorosas, desde Rourke, até os verdadeiros lutadores do chamado "telecatch".

O filme disputa duas categorias do Oscar no próximo domingo, com Rourke como melhor ator, e Marisa Tomei como foi dito acima.

O final de Randy juntamente com o do filme, parece ser o recomeço de Rourke.


Cotação: ****

Nenhum comentário: