quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Marcelo Camelo (sem boa noite)

Quinta feira, dia 27 de novembro de 2008. Era o grande dia de poder conferir Marcelo Camelo lançando seu CD solo acompanhado dos paulistas do Hurtmold. Ansiedade a flor da pele, tanto que o dia demorou a passar.
A apresentação do hermano aconteceu no Espaço Brasil Telecom, teatro um tanto mal localizado aqui em Brasília, para quem não possuí um automóvel, eu no caso. Mas para marcar uma de fã fiel, fui teimoso e descolei o carro da titia. O cara tocou no festival El mapa de todos, que contou com mais doze bandas, que efetuavam um verdadeiro intercâmbio latino-americano. Realizado pelo ilustrissímo senhor F, que dava o ar da graça em meio ao público, assim como algumas "estrelas" candangas, como André (Móveis), Filipe Seabra (Plebe Rude), entre outras figurinhas.

Antes mesmo do show pensar em acontecer, a porta que dava acesso ao teatro onde o carioca se apresentaria estava completamente tomada pelos fãs efervescentes, fazendo assim o show da dupla uruguaia Danteinferno, passar quase que desapercebido.
Pouco antes das 23:00, as portas do teatro se abrem, e espantosamente os 450 lugares disponiveís ficam tomados, como se um lugar em uma das cadeiras fosse o acesso a algo extremamente valioso. Todos sentados, muitos em pé, alguns ali mesmo no chão em frente e ao lado do palco, outros ainda nos corredores, mas todos ali, esperando a entrada de um artista que se tornou quase um herói para toda uma geração, que só não dá o sangue, porque não é pedido.

23:00, um certo suspense, alguns comentários maldosos do tipo, "cadê mallu?", "toca pierrot", e por ai vão. Camelo entra, sozinho, gritos histéricos por todo o teatro, e "Passeando" abre a noite. Camelo não fala, não esboça reação aos gritos, ou mesmo aos comentários que foram soltos. Parece que existem somente ele e o teatro, nada mais.
Aos poucos o grupo paulista Hurtmold se encaixa no palco, cada um em seu instrumento, e ainda o trompetista Rob Mazurek. Digo sem nenhuma culpa, que o show não seria nem a metade sem a participação da banda. Os integrantes se revezam lindamente entre vários instrumentos, e ainda fazem certas "segundas vozes".
O show perdura pela pouco mais de uma hora, passando ainda pelas já conhecidas "Pois é" e "Morena" que soaram diferentes, mas sem trair o modo antigo das melodias. Camelo que se mostrou um total "estrela" decidiu desejar um timído boa noite às quase oitocentas pessoas, depois de quase meia hora de show. Seguiu o show sem nenhum comentário, tocou de costas para o público, o que não acabou com toda a histeria de um público que não se saciava.


Em minha opinião, o grande ponto do show foi quando Camelo saiu do palco e deixou os paulistas mostrarem o seu verdadeiro trabalho, fazendo um instrumental abstrato e explosivo. No bis Camelo passou por "Santa Chuva" e finalizou com "Copacabana", transformando o pequeno teatro em uma verdadeira apoteose, apimentando com dois percussionistas tocando duas baterias de escola de samba, fazendo uma platéia incendiada querer se levantar de suas cadeiras e transformar o novembro em fevereiro, com direito a serpentina e muito suor.

*última foto com créditos para o site do local.

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