quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona

O que falar do novo filme de um diretor que já fez obras primas como Manhattan, Noivo neurótico, Noiva nervosa, Zelig, A última noite de Boris Grushenko... Enfim, poderia fazer um tópico somente citando obras primas que Woody Allen fez dentre seus 41 filmes que já foram feitos até hoje. O que me atrevo a dizer do novo filme de (na minha opinião) uma das mentes mais geniosas dos EUA, é apenas, mediano.
Não pensem que dizer essas palavras é fácil. Sou fã incondicional do cara, tenho oito filmes dele na minha sofrida coleção, que um dia terminarei, mas temos que concordar que os últimos filmes do Allen, contando a partir dos filmes feitos na Europa, são apenas para preencher um espaço que ele respeitosamente merece. Confesso que não fiquei muito empolgado ao sentar na sala de cinema para assistir Vicky Cristina, a não ser pela curiosidade de ver a 3° atuação com o diretor de Scarlett Johansson, que podemos dizer que tomou o posto de queridinha do diretor da ex-brilhante Diane Keaton, assim como o Leonardo di Caprio tomou o lugar de Robert de Niro nas escolhas do também nova iorquino Martin Scorsese (assunto para um outro tópico). Outra particularidade que me chamou e me tentou a ver a nova película foi a atuação do espanhol Javier Bardem, que na minha opinião, é o astro latino americano da vez.
Bem, junção que me acertou em cheio, culturas diferentes que pareceram únicas na direção de Allen. Não me atrevo a colocar em xeque a atuação de Penélope Cruz, que segundo minhas contas, dar o ar de sua graça em no máximo trinta minutos de um filme com pouco mais de uma hora e meia de duração. Penélope parece cair como uma luva no paladar não só do diretor, mas principalmente do público. Com uma aparência bem mais rebelde, do que as costumeiras personagens que são mostradas nos filmes do conterranêo Almodóvar, Penélope parece respirar o ar de Barcelona e fazer questão de colocá-lo em cena, e acertar em cheio o telespectador. O filme em si não me agradou. Senti falta da participação de Allen fora das câmeras, contracenando com os atores, especialmente com Scarlett, assim como em Scoop, que por sinal é um de seus melhores filmes em sua fase européia. Outro fator que não me agrada e nunca agradou, e sentir Allen fora da atmosfera nova iorquina. Acho que suas produções perderam um grande sentido depois que a cidade americana não passou a ser o ponto de partida de crises existenciais, conflitos amorosos, buscas por algo a mais, ou simplesmente em fumar um cigarro em um bar tipicamente nova iorquino ao lado de sua namorada de dezesete anos para poder dizer que o cigarro o torna mais charmoso. (passagem de Manhattan). Enfim, o grande trunfo do novo filme de Allen, está nas atuações, e não no filme em si, ou em suas piadas inteligentes e seu humor sarcástico. Merece palmas por ser mais um filme do diretor, que segundo palavras minhas, só perderá sua genialidade quando estiver morto.

Cotação. ***

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